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Causas da Greve

 

O estado crítico em que se encontram as universidades públicas paulistas não é segredo para ninguém, porém esse problema parece ser levado a sério somente pelos que a utilizam e dependem dela, deste modo, o quadro delicado da universidade fica “enclausurado” dentro de sua própria esfera. Porém desta vez, o problema saiu deste círculo e passou a ser conhecido por todos.

 

O estopim para a greve foi o reajuste salarial de 0% para professores e funcionários, ou seja, não houve qualquer alteração. Contudo, este não é o coração de todas as dificuldades. Numa breve comparação às manifestações de julho do ano passado, o arrocho salarial se equivaleria aos vinte centavos no ajuste da passagem.

 

A principal verba que sustenta as faculdades públicas paulistas é o ICMS (Imposto por circulação de mercadorias e serviços). Desde 1995, pela constituição estadual, 9,57% desse imposto são repassados para as instituições de ensino. O real problema é que em um período de aproximadamente 10 anos, as faculdades tiveram um considerável crescimento; por exemplo, na UNESP, nossa universidade, de 2002 para 2013, acrescentou-se 37 cursos de graduação, mais de 10 mil novas vagas foram abertas e 35 novas pós-graduações foram instituídas. Essa expansão foi fruto de interesses políticos governamentais de utilizar nas campanhas a grande ampliação do ensino superior paulista, todavia o crescimento não foi acompanhado do reajuste na porcentagem de repasse do ICMS, ou seja, continuam os 9,57%. Como consequência, a universidade sempre é obrigada a operar em circunstâncias deficientes, ou seja, faltam investimentos e falta infraestrutura e falta de condições de trabalho, um sucateamento das instituições de ensino.

 

Contudo a falta de investimento público não se reflete apenas às instâncias trabalhadoras, nós, alunos, também sofremos as consequências, faltam professores, faltam vagas na moradia estudantil, o preço do Restaurante Universitário da FCT é consideravelmente elevado se comparado às outras universidades – em alguns campus da UNESP, nem mesmo há Restaurante Universitário - e temos sofrido um corte absurdo de bolsas estudantis, incluindo o auxílio aluguel, ou seja, são problemas que afetam diretamente a Permanência Estudantil e uma universidade pública, como a UNESP, deve propiciar todas as condições necessárias para que o aluno, seja ele(a) de qual classe social for, uma vida acadêmica estável e de qualidade.

Ações

Logo que saiu a notícia do reajuste zero, os três sindicatos trabalhadores e os três sindicatos dos professores das universidades estaduais (SINTUSP, SINTEPS, SINTUNESP, ADUNICAMP, ADUSP, ADUNESP) se juntaram no que foi chamado de Fórum das Seis, e nele foi decidido que cada unidade tomaria sua própria decisão sobre sua posição tomariam perante a situação.

 

Sendo assim, os professores e funcionários convocaram uma assembleia geral, no dia 22 de maio de 2014 e com o apoio dos estudantes, a greve foi deliberada e teria seu início no dia 23 de maio de 2014. No caso da FCT-UNESP, foi estabelecido um comando de greve paritário, que conta com a presença de 15 docentes, 15 funcionários e 15 discentes.

 

Desde então, o status é de greve geral, as aulas estão paralisadas e o campus inteiro mobilizado. O comando se encarregou de criar uma agenda com atividades durante as semanas de paralisação, contando com atividades culturais, aulas públicas, e cinema.

O NAU

Como uma entidade da faculdade, o NAU se coloca a disposição da comunidade em apoio à greve e pretende atuar com intervenções e reflexões sociais e artísticas do movimento. Entendemos que, como parte da universidade, também estamos sujeitos às deficiências da instituição, e por isso devemos batalhar pela melhoria do ensino.

SAIBA MAIS

Curta o grupo da GREVE GERAL FCT-UNESP e saiba o que está acontecendo

Leia a Pauta Unificada de Reivindicações do Forum das Seis

Núcleo de Arquitetura e Urbanismo FCT-UNESP 2014

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